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domingo, 17 de fevereiro de 2019

REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE SALA DE AULA INVERTIDA

                                                        

POSTAGEM DE JUNHO DE 2018
                                 

PLANEJAMENTO, AUTONOMIA E CRIATIVIDADE

                              “O menininho”
Helen Buckley

Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande.
Quando o menininho descobriu que podia ir à sala caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A escola não parecia tão grande quanto antes.
Uma manhã a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de desenhar. Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isto... virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com o caule verde.
No outro dia, quando o menininho estava ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar com o barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar sua bola de barro.
- Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos fazer um prato.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou mostrar como se faz. Assim... Agora vocês podem começar.
E o prato era fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostava mais do seu, mas ele não podia dizer isso... amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola... 


Esta escola era ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir grandes escadas até a sua sala...


Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. E esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
-Como eu posso fazer?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a desenhar uma flor vermelha com um caule verde...
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REVENDO ESSA POSTAGEM NÃO PUDE DEIXAR DE REFLETIR SOBRE ESSA QUESTÃO:
Hoje temos os menininhos com smartphones nas mãos ...e o que faremos para que nossas aulas possam se tornar interessantes para esses menininhos? Como ajudá-los a descobrir seus potenciais sem fugir de seu contexto de vida? Como fazer frente às tecnologias sem deixar de descortinar caminhos criativos? Para essa reflexão trouxe um texto que escrevi na Interdisciplina Cultura Digital e Mídias Móveis na Educação da professora Cíntia Boll:


   “Aula invertida”

    No vídeo, o que é discutido sobre a importância da “aula invertida” é a questão da aprendizagem efetiva do aluno, a otimização do tempo do professor e o desenvolvimento de competências que somente essa metodologia pode dar aos alunos, como a questão de que o conceito   de sala de aula muda quando se pensa no papel do professor na atualidade. Repensando esse papel, questionando a sua atuação como docente, foi que se chegou ao que se chama de sala de aula invertida. Esse método, no meu entendimento otimiza a tempo do professore, ao mesmo tempo que possibilita aos alunos terem um conhecimento prévio daquilo que será tratado em sala de aula. O que considerei interessante e positivo é que nas três etapas que os professores do vídeo citam, há uma pré - aula, onde o aluno pode acessar o material enviado referente ao estudo, que pode ser um vídeo ou um texto disponibilizado pelo professor, há a etapa posterior onde o professor em poucos minutos pode avaliar o conhecimento dos alunos através de um teste pequeno sobre o material enviado. Isso pode levar a uma terceira etapa muito mais consistente, em que o professor parte diretamente para os estudos de caso. Isso torna o aluno muito mais dinâmico, proativo e protagonista de sua aprendizagem. “A sala de aula não é um palco do professor. O professor é um articulador”
    A escola já precisa ir trabalhando com o aluno essa metodologia ativa da sala de aula invertida pois o aluno irá desenvolvendo autonomia, disciplina que ao chegar nos cursos superiores já terá essas competências chamadas transversais, somente desenvolvidas com uma metodologia de ensino em que o aluno não seja um ser passivo, mas sim um protagonista. Exemplo desse protagonismo no meu entendimento seria o desenvolvimento de competências como proatividade, autonomia e disciplina, bem como o aluno buscar aprender através de contatos com os colegas, em grupos de estudos, chats, fóruns, etc., o que lhe faria também responsáveis pelo próprio conhecimento. No vídeo foram trazidos exemplos de uso da tecnologia móvel em turma, onde todos responderiam aos testes e o professor em minutos poderia ter um feedback do aprendizado da turma, mas penso que poderíamos também utilizar as tecnologias para através das redes criar chat de conversas entre os alunos, para resolução de estudos de casos.

PAULO FREIRE




                                                    À SOMBRA DE UMA MANGUEIRA

     Neste texto, Paulo freire enfatiza a relação dialógica como uma prática fundamentada na curiosidade. A curiosidade, a vontade de conhecer, de se relacionar com o objeto a ser conhecido e aprendido é inerente a vida e ao que está vivo. Ele se pergunta o que será o futuro em termos de interação social e na busca permanente do ser em construção, o sujeito histórico. O autor coloca que o ser inacabado se faz naturalmente um ser educável, porém precisa para isso ter consciência de ser inacabado enquanto processo e a curiosidade é o que o desafia a ser, a buscar, a compreender para explicar. Para Paulo Freire, somos seres questionadores por natureza e a nossa pergunta não pode ser calada por uma prática educativa castradora e que não permita ao aluno se manifestar. Que a prática pedagógica permita a pergunta, que o teórico possa se construir a partir do concreto no fazer científico. O autor ressalta que o espaço escolar e o projeto educativo sério, precisam ser pautados pelas perguntas, pelo envolvimento questionador do educando. Que através da observação, da investigação e da busca para se apropriar do objeto do conhecimento, o aluno se sinta como sujeito construtor e não manipulado pelo sistema. O papel do educador, reflete Paulo Freire é despertar a criticidade, a capacidade de pensar, de argumentar e não de tornar o aluno um ser instrumentalizado para obedecer às classes dominantes. Suas inquietações e indagações, também refletem sobre a necessidade de se valorizar o professor, enquanto profissional, com dignos salários e que possa se capacitar para que só então possa se lhe cobrar mais eficácia e eficiência.

DEZEMBRO DE 2017

https://lavitamiajoaozinho.blogspot.com/2017/
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    Educador reconhecido e detentor de grandes premiações no mundo inteiro, Paulo Freire nos dá a exata concepção do que deve ser um projeto de ensino. O mestre nos ensina a partir das indagações e das realidades inseridas nas nossas salas de aula. Não há como se ter uma receita pronta do que seria o fazer pedagógico pois esse fazer se constrói através das pessoas que estão dentro da minha sala de aula, suas vidas, suas histórias e suas vivências lhes ensinarão sobre suas inquietações e seus aprendizados guardados em bagagens onde a curiosidade do outro vai visitar. Somos todos aprendizes dentro de uma sala de aula. O professor é simplesmente o mediador que vai ajudar a direcionar as perguntas com quem tem as respostas. Não há como falar em aprendizagem sem levar em consideração as relações construídas no espaço escolar e fora dele, nas comunidades onde vivem os alunos e todos que participam da Escola. No Eixo VIII tive uma interdisciplina com a professora Cíntia - Educação a Distância e Ambientes de Aprendizagem, onde nos foi solicitado que colaborássemos na produção de uma WIKI. Assistimos o vídeo proposto pela professora e fizemos a leitura de um texto muito elucidativo e que me fez recordar essa postagem sobre o texto de Paulo Freire. Destaco um pequeno trecho em que me fez refletir sobre as concepções de aprendizagem que trazemos e que são centradas na transmissão de conhecimentos, onde o aluno é ouvinte passsivo, e o quanto isso está distante da realidade, conforme o autor, podemos concluir que o aluno está repleto de "palavras e contextos" :

"Eu creio no poder das palavras, na força das palavras, creio que fazemos coisas com as palavras e, também, que as palavras fazem coisas conosco. As palavras determinam nosso pensamento porque não pensamos com pensamentos, mas com palavras, não pensamos a partir de uma suposta genialidade ou inteligência, mas a partir de nossas palavras. E pensar não é somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece" . ( TRECHO DO TEXTO: Notas sobre a experiência e o saber  de experiência de Jorge Larrosa Bondía,  Universidade de Barcelona, Espanha Tradução de João Wanderley Geraldi Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Lingüística).

Disponível em:


http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n19/n19a02.pdf

POSTADA EM 17 DE JULHO DE 2016



Na idade dos porquês
                                                      Alice Gomes (1946)

Professor diz-me porquê?
Por que voa o papagaio
que solto no ar
que vejo voar
tão alto no vento
que o meu pensamento
não pode alcançar?

Professor diz-me porquê?
Por que roda o meu pião?
Ele não tem nenhuma roda
E roda  gira rodopia
e cai morto no chão...

Tenho nove anos professor
e há tanto  mistério à minha roda
que eu queria desvendar!
Por que é que o céu é azul?
Por que é que marulha o mar?
Porquê?
Tanto porquê que eu queria saber!
E tu que não me queres responder!

Tu falas falas  professor
daquilo que te interessa
e que a mim não interessa.
Tu obrigas-me a ouvir
quando eu quero falar.
Obrigas-me a dizer
quando eu quero escutar.
Se eu vou a descobrir
Fazes-me decorar.

É a luta professor
a luta em vez de amor.

Eu sou uma criança.
Tu és mais alto
mais forte
mais poderoso.
E a minha lança
quebra-se de encontro à tua muralha.

Mas
enquanto a tua voz zangada ralha
tu sabes    professor
eu fecho-me por dentro
faço uma cara resignada
e finjo
finjo que não penso em nada.

Mas penso.
Penso em como era engraçada
aquela rã
que esta manhã ouvi coaxar.
Que graça que tinha
aquela andorinha
que ontem à tarde vi passar!...

E quando tu depois vens definir
o que são conjunções
e preposições...
quando me fazes repetir
que os corações
têm duas aurículas e dois ventrículos
e tantas
tanta mais definições...
o meu coração
o meu coração que não sei como é feito
nem quero saber
cresce
cresce dentro do peito
a querer saltar cá para fora
professor
a ver se tu assim compreenderias
e me farias
mais belos os dias.




Alice Pereira Gomes, escritora portuguesa, nascida em 1910, em Granjinha (Tabuaço), fez os seus estudos secundários e universitários no Porto, onde também foi professora do Instituto Normal Primário. Pedagoga, estreou-se nas letras pelo final dos anos vinte, tendo organizado, em 1955, a antologia Poesia para a Infância. Traduziu o Principezinho de Saint-Exupery e dedicou-se, depois de 1967, exclusivamente à literatura infantil. Fundadora e dinamizadora da Associação Portuguesa para a Educação pela Arte, desenvolveu, através dessa Associação, diversos projetos pedagógicos justamente considerados pioneiros. Faleceu em 1983.



http://www.celsovasconcellos.com.br/index_arquivos/Page13252.htm (Acessado em 17/07/2016)



    Escolhi essa poesia para ilustrar o que compreendi das aulas sobre Projetos de Aprendizagem. Nós professores nos esquecemos , muitas vezes de levar em consideração o desejo de aprendizagem dos alunos. Um projeto deve nascer da curiosidade de aprender.Um projeto nasce das perguntas dos alunos, das curiosidades que demonstram frente aos segredos da vida. Um projeto não nasce do desejo do professor de ensinar um conteúdo, ele nasce do desejo do aluno de aprender sobre determinado assunto. Nasce das respostas que não estão prontas, das dúvidas e de algumas certezas que os alunos possam ter. 

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Mais uma vez, me prendo na magia dessa poesia! Revisitando postagens não há como não refletir novamente na questão da curiosidade infantil. Essa curiosidade tão importante nas questões de aprendizagem. As crianças são  naturalmente curiosas e a Escola precisa agir de forma a salientar esse aspecto, auxiliando seus alunos no despertar dessa curiosidade e que possam ir em busca do conhecimento que os transforme em cidadãos capazes de fazer as transformações necessárias no meio em que vivem, sem esquecer suas raízes culturais e sociais. É na observação desse meio e na interação com esse meio que os alunos se transformam em indivíduos criativos e proativos, desenvolvendo as habilidades e as competências essenciais para as suas ações no mundo. De acordo com o texto estudado na Interdisciplina Laboratório de Criatividade, destaco um pequeno trecho, que nos faz refletir sobre o papel dos indivíduos:

                                                                                                O futuro será caracterizado cada vez mais pela mudança, rapidez e imprevisibilidade. Resolver problemas de forma apenas lógica será então insuficiente face aos novos desafios, sendo as competências criativas de resolução de problemas necessárias à inovação exigida.( texto: Criatividade, conceitos e desafios, p.135).
Dísponível :https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2637679/mod_resource/content/2/Texto%20CRIATIVIDADE%20-%20Conceitos%20e%20Desafios.pdf

ESCREVER E REESCREVER



ESCREVER ...


Penso que escrever é passar por metamorfoses silenciosas. Através da nossa escrita, percebemos nossas mudanças. Muitas vezes, passo desapercebida de mim mesma. Sigo pelos dias sem me dar conta das mudanças. Como autômata realizo cada atividade da minha rotina, sem pausa  para refletir. Porém nos momentos em que somos obrigadas a parar para escrever, na ânsia de escolher as palavras eu paro e sinto que do meu interior estão saindo as borboletas nascidas no silêncio do cotidiano. È nesse momento que percebo meu crescimento, minhas realizações e as muitas estradas que ainda faltam para  percorrer, mas também é nesse momento precioso que devo refletir sobre os erros e as mudanças que preciso fazer no meu caminho.

sábado, 16 de fevereiro de 2019





                                        HISTÓRIA NA ESCOLA: PERSPECTIVAS ATUAIS

        Ensinar História atualmente é bem diferente da forma como se ensinava em minha infância. Fui "cria" da ditadura. ensinada a aceitar, decorar e não questionar. Apesar disso sempre fui uma aluna inquieta, mas obediente: eu não questionava, mas pensava, refletia muito sobre aquilo que me era ensinado. Gostava muito de ler biografias. Devorava tudo que chegava às minhas mãos sobre os "heróis da pátria" e que hoje compreendo, não eram tão heróis assim...Porém o fato de gostar de ler, por si só, já nos ajuda a desenvolver o senso crítico e a construir nossas próprias opiniões e foi o que me ajudou a ser o que sou hoje, uma pessoa crítica e que não aceita cegamente o que estão me passando, apesar dos tempos repressores em que estava vivendo. Adoro História! Sim, essa História com H maiúsculo! Que me ajuda a compreender como viviam meus antepassados e a construir uma ideia de pertencimento social. Amo essa História que me fala dos tempos antigos e das sociedades em construção! Mas amo mais ainda essa História que me faz conhecer o passado para poder entender o presente, mas principalmente para construir um futuro melhor, aprendendo com os erros da humanidade sei que podemos lutar por dias melhores. E por isso sou contra qualquer tipo de mordaça na educação! Educação que não fala das mazelas de um povo, que não debate seus erros, não é educação, pois não constroi cidadania. A História deve ser contada, refletida, debatida, desde os primeiros anos do ensino fundamental.


O TEMPO

O TEMPO PARA O PROFESSOR NA ATUALIDADE
Para o professor na atualidade, o tempo de sala de aula deixa de ser aquele tempo de cumprir com as obrigações, de realizar atividades que se destinam a preencher a carga horária? Sim ou não? Por quê?  

 Sim. Em muitos casos o professor na atualidade continua sendo ainda aquele que corre com o tempo para administrar conteúdos e mais conteúdos que precisam ser cumpridos dentro de uma carga horária específica e de um ano letivo que corresponda a 200 dias letivos. Então é uma corrida contra o tempo. Porque de acordo com o texto lido “somos conteúdistas, privilegiamos o conhecimento técnico-científico desvinculado do real...”Não levamos em conta, muitas vezes, que a própria comunidade onde estamos inseridos é uma sala de aula, pois o aprendizado não se dá somente nos espaços escolares. Vivemos inseridos em uma cultura que nos ensina, dela somos aprendizes e nos dá a verdadeira formação para a vida. A sala de aula é simplesmente o local de encontro dessas culturas individualizadas que interagem tanto entre si. Dessa forma o aprendizado precisa ultrapassar o tempo e o espaço da escola. Principalmente na atualidade, onde vivemos inseridos em um mundo totalmente conectado e estamos em contato mesmo fora do ambiente da escola e sendo assim, o professor tem contato em redes sociais com as famílias, com os colegas e com os próprios alunos que muitas vezes nos chamam para algum esclarecimento ou para algum diálogo sobre determinado texto lido e compartilhado, proporcionando dessa forma um momento de aprendizado fora do contexto escola como espaço físico e sim virtual.


http://lavitamiajoaozinho.blogspot.com/2016/
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É difícil dar uma resposta. Não existe transferência de modelos, ou transferência de estratégias de resposta. Estratégias e modelos precisam ser construídos ou então desconstruídos com vistas a serem reapropriados, reconstruídos, segundo formas próprias, regionais. Ao mesmo tempo, a Educação e a Escola encontram-se impregnadas de tecnologia, as tecnologias são uma realidade no nosso cotidiano e no cotidiano de alunos, professores e funcionários das escolas. Pois também a Escola é parte integrante da cultura, da sociedade em que está inserida, e o que se passa por dentro da última faz marcas na primeira, independente do fato de ela aceitar ou resistir, ou combater, ou se render a determinado estado de coisas - neste sentido aceitar, resistir, combater, incluir, excluir, são marcas que se equivalem, na revelação de um pertencimento a uma cultura, a uma sociedade. ( AXT, 2002, p. 37).
 Quando me foi proposta uma releitura de minhas postagens antigas, pelo Seminário Integrador, detive-me sobre essa postagem de 2016, que coloquei acima, relacionando-a com os estudos e leituras da Interdisciplina da professora Cíntia, Cultura Digital e Mídias Móveis na Educação, onde não pude deixar de refletir sobre as relações construídas na prática pedagógica e que fatalmente acabam nos conectando fora dos espaços escolares. Sobre isso não há o que debater, não há como se furtar a essas relações, mas o que vemos hoje é que o ambiente da sala de aula já é um ambiente estendido ao virtual, pois muitas vezes nos comunicamos com nossos alunos, passando tarefas ou mesmo retirando dúvidas através de email ou dos chats, proporcionados pelas redes sociais. Para mim isso é muito natural, pois me comunico muito com meus alunos de quinto ano e temos um grupo da turma, que se tornou como um espaço virtual de nossa sala de aula, ao qual utilizo gravando áudios e até vídeos, explicando o que ficou pendente do conteúdo ou orientando tarefas de casa, de forma informal, porém didática porque faz parte de nossa relação didática. Extrapolamos a sala de aula e isso é uma realidade da Escola frente às tecnologias. Informalmente ou intencionalmente essa relação se mostra evidente na atualidade e o professor precisa refletir sobre essa relação.
   

REFERÊNCIAS:
AXT, Margarete. A Escola frente ás tecnologias- pensando a concepção ético-política. Caderno Temático SMED :Multimeios e Informática Educativa, porto Alegre, p.35,38, 2002.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019


                                                                      REFLEXÕES

                                 "O QUE APRENDI? OQUE NÃO APRENDI? COMO APRENDI?

    " Semestre terminando, workshop chegando...momento de rever as aprendizagens...momento de refletir as aprendizagens...e a maior delas, para mim, foi vencer meus medos, minhas limitações e compreender minhas capacidades. Aceitar que sou um potencial a ser desenvolvido! Talvez essa tenha sido minha maior aprendizagem. Eu me conheci, me descobri. consegui trazer a tona muitas fraquezas. Consegui entender que a maior de minhas limitações era pensar que não iria conseguir chegar ao final. Ainda não estamos no final, mas hoje sei que o mais importante não é o final, mas minha caminhada até ele. O que eu aprendi sobre mim mesma é muito maior do que qualquer outro aprendizado, porque o que aprendi sobre mim mesma me capacita a aprender sobre o outro. O que eu não aprendi? Eu não aprendi a desistir. Eu não aprendi a desanimar. Eu não aprendi a deixar que o medo me domine novamente. Como aprendi? Aprendi amando, aprendi compreendendo, aprendi chorando, aprendi sorrindo. Aprendi dando gargalhadas solitárias, frente ao computador, lutando com minhas tentativas de "domar a fera". Aprendi compartilhando. E finalmente compreendi que esse é o caminho. Esse é o PEAD ".

TEXTO DISPONÍVEL EM:

http://lavitamiajoaozinho.blogspot.com/2015/
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Nesse momento de minha caminhada no PEAD, considero- me muito mais aluna do que professora. Estar aprendendo sobre "resistências" é meu maior aprendizado. Sofro desse mal também, também resisto ao que me incomoda e uma das coisas que mais me incomodam é o desinteresse do aluno, motivado pelo fazer comum do professor. E agora isso é minha meta de vida. Tentar aprender mais para poder auxiliar meu aluno, pois esse aluno hoje não se encaixa mais nos modelos formatados para eles. Temos hoje um imenso desafio: O desafio de trazer para nós professores o aprendizado com as plataformas digitais e com as mídias, tornando a sala de aula muito mais interativa e um degrau para outras conquistas. Vejo que as relações pedagógicas passam por esse caminho também e para nós professores não deve haver mais uma parede separando nossa sala de aula de outros ambientes de aprendizagem como por exemplo as mídias, as pesquisas na internet com os computadores e as aulas a distância.


" O desinteresse que "incomoda" nas salas de aula começava a unir o interesse pela cultura midiática que, com a chegada dos computadores aos laboratórios de informática educativa nas escolas, através de programas nacionais, estaduais e até municipais, provocaram desejos mas também resistências ao que os olhos pedagógicos, de professores e alunos começaram a ver . " (BOLL, 2016) .
 Considero que, nós professores, sempre nos sentimos incomodados com o desinteresse percebido nas salas de aula, por alunos que já não se sentiam satisfeitos com o fazer comum na prática pedagógica. O cotidiano escolar com as atividades que apresentava causavam um certo mal estar em alguns professores que buscavam nas pesquisas, melhorar a qualidade de suas aulas e de melhorar recursos pedagógicos. Nesse sentido, a informática nos chegou, no primeiro momento, como uma excelente ferramenta para tornar atrativa as tarefas escolares, principalmente pela possibilidade de explorar jogos e exercícios mais desafiadores que pudessem tornar mais lúdicas as nossas salas de aula.Porém, paralelo a isso surgiram muitos questionamentos, o medo do novo, a dificuldade de dominar ferramentas, para nós até então desconhecidas. Surgiram muitas expectativas e boatos, como o de que os professores perderiam o seu espaço no cotidiano escolar, que seriam substituídos por computadores, etc. Esse medo,  por muito tempo, manteve professores longe desses novos desafios, mas muitos corajosos se aventuraram a conhecer as tecnologias que se apresentavam, mas então percebemos que nossas escolas públicas, embora muitas tenham laboratório de informática equipados, não disponham de abertura e acesso a internet, para os alunos e professores utilizarem, por não haver manutenção dessas máquinas. O que então nos resta atualmente? Compreender que nós professores podemos criar uma relação pedagógica utilizando-nos desses recursos tecnológicos, quando a eles temos acesso. Relação que sempre tememos, porém como sujeitos atuantes na educação devemos vencer. A educação a distância pode nos servir como um recurso a mais em nossa prática, como uma extensão de nossa sala de aula, se a ela dermos acesso. Por enquanto nos servimos da educação a distância como um excelente meio de formação dos profissionais da educação, apesar de todos os problemas que enfrentamos, sabemos que não há mais o que temer, mas há muito o que aprender.




BOLL, C.I. SABEDORIA DIGITAL E INFORMÁTICA EDUCATIVA MÚLTIPLOS “eus” CONTEMPORÂNEOS ENUNCIANDO NUMA MESMA REDE DIALÓGICA. In Educação a distância.../ org. Mill, Reali. São Carlos: EdUFSar, 2016.