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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

MINHAS REFLEXÕES III

Somos construtores de nossas aprendizagens e isso se torna cada vez mais claro a medida que avançamos em nossos conhecimentos. A maneira como nos conduzimos no grupo diz muito de cada um de nós, porém o aprendizado é global e socializador. Aprendemos como grupo e como indivíduo.                                                                               
                                                             “Como se fora brincadeira de roda
                                                         Jogo do trabalho na dança das mãos
                                                       O suor dos corpos na canção da vida
                                                                  O suor da vida no calor de irmãos”
                                                              ( Redescobrir- Gonzaguinha)
Um curso de graduação é algo que traz um complemento para a nossa vida tanto pessoal quanto profissional, mas principalmente é algo que nos impacta, nos modifica como sujeitos e nos faz ampliar nossa atuação no mundo.Como se fosse uma teia ele nos conecta nas diversas aprendizagens, nas diversidades que o compõe. Diversidades sociais, culturais e até emocionais. Ele faz emergir nossos conflitos, nossos medos e modos de atuar nos grupos. Nos transforma em seres irmanados na busca de superar os inúmeros desafios que se apresentam. Desafios esses que permeiam o próprio processo do aprender e do fazer pedagógico. Transferências e contra- transferências são construídas nas relações que nascem nesse contexto. Dessa forma ao terminarmos um semestre somos um outro sujeito, gestado, parido e nascido das relações que se formaram durante essa etapa. Esse sujeito novo que sou, tem novas expectativas,  novos olhares sobre a vida, novas  capacidades que me permitem fazer mudanças não só em meu fazer pedagógico mas também em meu modo de ver a família, minha escola,  meus colegas e alunos.

Todas as atividades e os estudos realizados nesse semestre, nas Interdisciplinas, contribuíram para enriquecer minha prática cotidiana na escola. Como profissional, sei que cada vivência desse semestre muito contribuirá para a formação de meus alunos e para a sua atuação na sala de aula. Essas aprendizagens trouxeram de volta minha motivação e estímulo para o trabalho pedagógico de cada dia. Provando que a reciclagem é necessária em nossa caminhada como educadores. 

MINHAS REFLEXÕES II

Desde os primeiros contatos com nossos professores, senti que nunca mais me afastarei desse ambiente. O mundo acadêmico se tornou meu segundo lar e os professores como uma segunda família. Na Interdisciplina Fundamentos da alfabetização, a oportunidade de estudar como a criança aprende, seus desafios, suas dinâmicas de vida e suas maneiras de se construir como pessoa é fascinante.
     Durante as leituras da Interdisciplina Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica, pude compreender como se construiu ao longo do tempo essa instituição chamada escola e que hoje nos acolhe em seus espaços, suas lutas, suas perdas, suas conquistas, seus exercícios de poder e auto- afirmação como espaço de construção de saberes e cidadania.
Em Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia I, um olhar ao Universo de Sigmund Freud e suas teorias sobre o Inconsciente. Compreender como me tornei quem sou e os processos elaborados por mim para me construir como um ser humano adulto e dessa forma também compreender os processos pelos quais estão passando meus alunos e suas implicações no ambiente chamado sala de aula.
O desafio constituído pela Interdisciplina Infâncias de 0 a 10 anos e as possibilidades apresentadas nos textos de conhecer os estudos e teorias concebidos por cientistas que se propuseram a estudar a criança e as suas infâncias nas diversas épocas da história social da humanidade.

E o Seminário Integrador II, como aquele que agrega, que acolhe os anseios e as angústias transformando em grandes produções, na escrita de histórias coletivas, as fragilidades que trazíamos à tona para nos tornar protagonistas nesse palco. Colocando-nos como atores nessa produção, nos propondo diversas formas de atuar no palco dos espaços escolares, e em todas as formas, destaca a importância das relações construídas em cena e dessas relações com nossas próprias aprendizagens.

MINHAS REFLEXÕES I

    Educar, na atualidade,implica em compreender esse contexto de infância pós-moderna. Ter um olhar sobre como se comportam esses sujeitos. Como são e o que fazem? O que se espera deles como sujeitos sociais? Que identidades terão no porvir? São desafios que o professor terá que refletir, sendo imprescindível compreender o modo como aprendemos e as condições para que ocorra esse aprendizado. Ser professor nesse momento é ser um ser em constante aprendizagem. Tudo que se pensava ser sólido não resistiu e a atualidade nos traz uma fluidez, que só conhecendo a realidade do educando, criando abordagens pedagógicas que conquistem um lugar no desejo de experenciar,  que encontre um espaço no brincar e de interagir criando vínculos de empatia e aceitação é possível acontecer a relação de ensino-aprendizagem.

    Dessa forma, a infância tem que ser pensada como uma fase rica de potencialidades, onde são atores sociais, construindo-se dentro de sua realidade e ambiente cultural, como cidadã e sujeito de direitos.

domingo, 27 de dezembro de 2015

EXPERIÊNCIAS FELIZES OU INFELIZES NA ESCOLA

                                        EXPERIÊNCIAS FELIZES  OU INFELIZES NA ESCOLA
Para retratar experiências felizes na escola basta lembrar dos jogos, dos filmezinhos, das brincadeiras e das dramatizações. Quando se tem a escola como um espaço lúdico de aprendizagens, sempre precisamos lançar mão de atividades que causem prazer e alegria para quem está na escola. Gosto muito de trabalhar com os jogos porque eles proporcionam momentos felizes e ricos de aprendizagem aos pequenos. Através dos jogos  e das interações na turma conseguimos manter no aluno a motivação para o aprender. Quando , nos espaços escolares, permitimos a ludicidade, o aprender flui mais positivamente e alcança melhores resultados porque a criança sente despertar em si o desejo de aprender. Na alfabetização , por exemplo, jogar é uma forma de aprendizagem que traz alegria e quando o professor propõe jogos com sílabas, por exemplo, os alunos além de interagir de forma alegre com os colegas ainda vão conseguir memorizar mais rápido o que aprenderam, porque vai fazer sentido para eles. As experiências felizes sempre serão aquelas que marcarão  de forma positiva a memória do aluno,  para sempre.
Tenho uma turma de primeiro ano do Ensino Fundamental. São crianças pequenas, de 6 anos. A melhor forma de lhes impactar para o aprendizado é buscar o lúdico. As brincadeiras com jogos no pátio, as rodas cantadas, os jogos de memorização e atividades que desenvolvam, nas criança a psicomotricidade e que estabeleça com o aprender um laço prazeroso. Só assim a criança sentirá motivação e alegria em estar na escola. A criança precisa sentir que a escola é um espaço  seu, onde se pode interagir e aprender com seus amigos, aprendendo a respeitar esse espaço e todas as pessoas  que nele convivem. Muitos jogos trabalham mesmo essa questão do respeito nos espaços escolares e regras de convivência adequadas.


Penso que experiências infelizes na escola seria aquelas da não aceitação, do desrespeito, da falta de práticas pedagógicas que não autorizem o aluno a ser autônomo e trazem métodos arcaicos e de repetição monótona da leitura e da escrita, sem criatividade impedindo o aluno de interagir com seus colegas e gerando, dessa forma muitos fracassos, por não respeitar a diversidade e a forma como muitos alunos aprendem.

sábado, 28 de novembro de 2015

REFLEXÕES

                      O QUE APRENDI? OQUE NÃO APRENDI? COMO APRENDI?
    Semestre terminando, workshop chegando...momento de rever as aprendizagens...momento de refletir as aprendizagens...e a maior delas, para mim, foi vencer meus medos, minhas limitações e compreender minhas capacidades. Aceitar que sou um potencial a ser desenvolvido! Talvez essa tenha sido minha maior aprendizagem. Eu me conheci, me descobri. consegui trazer a tona muitas fraquezas. Consegui entender que a maior de minhas limitações era pensar que não iria conseguir chegar ao final. Ainda não estamos no final, mas hoje sei que o mais importante não é o final, mas minha caminhada até ele. O que eu aprendi sobre mim mesma é muito maior do que qualquer outro aprendizado, porque o que aprendi sobre mim mesma me capacita a aprender sobre o outro. O que eu não aprendi? Eu não aprendi a desistir. Eu não aprendi a desanimar. Eu não aprendi a deixar que o medo me domine novamente. Como aprendi? Aprendi amando, aprendi compreendendo, aprendi chorando, aprendi sorrindo. Aprendi dando gargalhadas solitárias, frente ao computador, lutando com minhas tentativas de "domar a fera". Aprendi compartilhando. E finalmente compreendi que esse é o caminho. Esse é o PEAD.
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                             O BRINCAR NA INFÂNCIA E NA EDUCAÇÃO INFANTIL
    Nossas memórias estão impregnadas do brincar. É natural pois trazemos a infância dentro de nós apesar de fazermos questão de não nos lembrarmos. Penso que nós educadores nunca deveríamos esquecer nossa infância. Somente assim poderíamos trazer o lúdico para dentro da sala de aula, para o pátio da escola e para todos os espaços de aprendizagem na escola.Posso não lembrar com muita clareza dos meus anos escolares, mas de brincadeiras vivenciadas com os amigos sim, dessas eu lembro com prazer e com que nitidez na memória, apesar de tantos anos transcorridos. Acredito que jamais vamos esquecer as brincadeiras de roda da infância. Para mim não havia melhor brincadeira que “a linda rosa juvenil” com seus personagens maravilhosos;  um lindo rei, a bruxa má e a rosa que, eu acho, era uma princesa.
    Lembro com saudade do brincar com minhas panelinhas, com as bonecas, e dos momentos de brincar na pracinha da escola. Não há como separar a brincadeira do ser criança. E não há como separar o brincar da educação infantil. É através do brincar que a criança constrói seus papeis sociais. Na representatividade do brincar a criança consegue lidar com suas dificuldades, com suas fantasias, ressignificando suas experiências menos felizes e trabalhando suas emoções de forma positiva.
   O brincar proporciona para a criança uma interação com o próprio corpo que é importante para seu desenvolvimento físico, psíquico, social e cognitivo pois desperta habilidades e potencialidades essenciais para o seu aprendizado.
   Na minha opinião o brincar é tão importante que deveria fazer parte do currículo. Como uma disciplina, como português, matemática e ciências. Deveríamos ter a interdisciplina do brincar! Mas o brincar deveria ser livre. Cada um escolhendo do que gostaria de brincar e com o quê gostaria de brincar, como foi mostrado no filme ‘CARAMBOLA, O BRINCAR ESTÁ NA ESCOLA”.

   

domingo, 22 de novembro de 2015

LINGUAGENS E INFÂNCIAS

    PODEMOS PENSAR A EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA UTILIZANDO A PALAVRA COMO ÚNICA FORMA DE COMUNICAÇÃO?

    Hoje percebemos que não. Há as muitas linguagens que permeiam e atingem o mundo infantil. Linguagens simbólicas que são para as crianças outras tantas fontes de aprendizado. Laboratórios para desenvolver as expressões corporais, os gestos, as mímicas, as danças,sendo essas as muitas linguagens que mais chamam a atenção das crianças, tornando-se assim um caminho por onde as mídias mais conseguem alcançar as crianças. Talvez se a Educação se apropriasse desse meio conseguisse melhores resultados, pois quando uma propaganda quer atingir seu objetivo na mente do consumidor infantil lança mão desse ardil. A criança tem uma atenção maior para tudo que lhe chega através do visual e do auditivo. As novelas, por exemplo, atingem muito o imaginário infantil, pois nelas tudo é muito visual e musical. Ritmos fortes são os preferidos do público infantil e atinge até mesmo os bebês e a mídia sabe disso. Por que só a sala de aula tem que se manter silenciosa e apagada?
 

sábado, 21 de novembro de 2015

ESCRITA COLETIVA

A AVENTURA DE MARIANA NO MUNDO DOS LIVROS

 

Por Carla Freitas, Gislaine Cristina Ferreira De Jesus, Bárbara Cristina Farina, Josiane da Rosa Henrique e  Débora Terezinha da Siva


Essa é a história de Mariana, uma menina de 7 anos, que mora com seus pais, em um bairro distante de sua escola e precisa percorrer um longo caminho até lá. Ela é curiosa como todas as crianças de sua idade e adora descobrir novos mundos através da leitura. Mas Mariana  pouco  sabe ler e seus pais não tem condições de comprar um livro, mas a noite, quando vai dormir, sua imaginação corre solta olhando as estrelas e imaginando um mundo encantado, onde tudo é perfeito e sem tristezas... Um dia sua professora lhe comprou um livro de histórias fantásticas, com muitas figuras e Mariana toda feliz foi correndo mostrar para os pais.


Os pais então disseram que iriam ter que vender o livro, para poder comprar comida. Mariana, muito triste, começou a chorar e falou que fugiria de casa. Os pais a colocaram então de castigo e na mesma noite Mariana fugiu com o livro debaixo do braço. Desnorteada e desolada com tudo, a menina resolveu se abrigar em um velho prédio, quando de repente sentiu um forte puxão pelo braço. Quando se virou, viu que um velho caquético estava tentando pegar seu livro mas a menina ágil, conseguiu se desvencilhar e saiu correndo.
Sem saber para onde ir, confusa e assustada, Mariana pensou: - onde o meu livro estará seguro? Sem pestanejar, Mariana respondeu em voz alta aos seus próprios pensamentos: NA BIBLIOTECA! A menina pouco havia frequentado bibliotecas até ali - na verdade, uma vez que outra havia visitado a pequena sala de livros de sua escola. Mas Mariana era esperta e sabia que havia uma biblioteca pública na esquina do prédio abandonado. Orgulhosa de sua grande ideia, Mariana chegou à frente de uma grande porta de madeira, onde pôde ler com muita dificuldade, sílaba por sílaba: BI-BLI-O-TE-CA  PÚ-BLI-CA. Porém, logo abaixo encontrou uma folha escrita a mão, onde leu: FE-CHA-DA. Mariana logo entendeu o problema que enfrentaria, mas não se daria por vencida: iria conseguir proteger seu precioso livro naquela biblioteca!


Pensando assim, Mariana abraçou forte seu livro, fechou os olhos e pediu com todas as forças que seu desejo de protegê-lo se tornasse realidade. Lembrou que desde pequena seu avô sempre dizia que tudo o que quisesse ela deveria desejar com todas as suas forças que o pedido se realizaria. Neste momento uma forte luz saiu de dentro do livro e abraçou a menina, envolvendo-a e a arrastando-a para dentro do seu querido livro. Enquanto a mágica acontecia o livro se transportou por baixo da porta para dentro da biblioteca. Mal sabia Mariana que sua aventura estava apenas começando... 
Ao atravessar pelo vão da porta, Mariana se viu dentro de um prédio antigo, mas muito claro,  nem parecia o prédio feio que se via pelo lado de fora. Maravilhada, a menina começou a deslizar por todos aqueles corredores que escondiam tesouros riquíssimos, segredos incomparáveis, aventuras que ela só conseguia imaginar em seu sonhos mais mirabolantes. A menina estava tão encantada com tantos livros, que não percebeu que todo tempo era observada por dois olhinhos minúsculos, atentos a cada movimento seu.
A estranha figura que seguia os passos de Mariana, escondeu-se ligeira por entre fileiras de estantes, passando rapidamente por uma abertura secreta, no fundo do corredor de História da Arte. Precisava contar ao seu chefe que havia um perigoso intruso em suas dependências...um serzinho do gênero humano, que até parecia ser inofensivo. Porém, segundo seus ancestrais, nunca se poderia confiar em um humano...mesmo que fosse bonitinho.
E foi assim que, na sala do seu chefe, Gollom, o elfo doméstico encarregado de fazer a limpeza do lugar, falou  sobre a menina. O chefe de Gollom, chamado Bolor Fétidus, então logo ordenou que os guardas a prendessem. Gollom guiou-os  até o local onde  a menina havia sido vista, mas ela havia desaparecido completamente.
O que Gollom e Bolor não sabiam era que, enquanto conversam, Mariana havia descoberto um espelho. Surpresa, observava a imagem refletida no grande espelho a sua frente. Em nada lembrava a menina pobre e mal vestida que era. Suas roupas, ou melhor as roupas que a menina do espelho estava usando pareciam pertencer a uma princesa dos contos de fadas. Mas a menina do espelho era ela. Tinha certeza disso. Era o mesmo rosto. O mesmo gesto que fazia com as mãos se repetia na imagem refletida no espelho. O que estaria acontecendo? Quando se examinava, via que vestia seu vestidinho comum, mas quando levantava os olhos para sua imagem, o vestido era belíssimo, parecendo o de uma princesa dos contos de fadas! Nem em seus sonhos mais fantásticos se viu tão bela! Era uma princesa! Mas logo a realidade lhe mostrava que continuava sendo a mesma Mariana de sempre. 
Para sua surpresa a imagem refletida no espelho falou. E Mariana se viu conversando consigo mesma. Mesmo sem compreender o que estava acontecendo resolveu responder a saudação da menina do espelho:
--Olá...você sou eu? Ou eu sou você? Pode me explicar o que está acontecendo?


Mariana e a menina do espelho seguiram conversando, sem conseguir compreender o que estava acontecendo. Depois de muito conversarem - e a nenhuma conclusão chegarem - a Mariana do espelho convidou a menina Mariana para adentrar no seu mundo encantado. Tão encantada e abismada com tudo o que estava acontecendo, a menina Mariana resolveu aceitar o convite e adentrar no mundo do espelho. A Mariana do espelho puxa a sua sósia para dentro do seu mundo e é por essa razão que Gollom e os demais guardas não a encontram em sua busca! As Marianas veem toda a movimentação da busca, mas não são vistas e sentem-se aliviadas por estarem do lado mais seguro!
Mas será  que realmente aquele era o lado mais seguro? Dentro do espelho em que a outra Mariana morava, estava escondido um velho sábio, detentor de muitas histórias fantásticas e maravilhosas, que só observava o movimento delas. Depois de algum tempo, ele resolveu falar com elas e contar a fantástica história da menina que queria viver num mundo de fantasia e não precisar sofrer por não ter uma vida melhor.
Mariana ouvia atenta a história contada pelo ancião. Cada vez mais se percebia como uma personagem da narrativa dele. Porém, pensava:
- Como esse simpático velhinho pode saber tanto sobre os meus pensamentos? Com certeza não é de mim que ele fala. Tantas meninas por aí existem como eu, pobres sonhadoras, e que desejariam tanto quanto eu penetrar em um mundo onde pudessem viver suas fantasias.
Mariana não acreditava, o ancião só poderia estar contando a história de uma outra menina. Não a dela! Mas o olhar da outra Mariana lhe dizia que aquela história era a sua própria. E então ela compreendeu. Agora sabia porque nunca havia aceitado se conformar com aquela realidade feia e triste em que vivia. Sabia que tinha algo estranho em sua vida, pois meninas não nascem para sofrer: nascem para sonhar! E então Mariana descobriu que aquele reino era seu lar verdadeiro. Descobriu que seu pai, um professor que adorava contar histórias para seus alunos, havia sido sequestrado por Bolor Fétidus, um fungo malvado que detestava os encantos da criatividade e queria a todo custo prender os educadores que ousassem despertá- la nas mentes infantis. Agora Mariana compreendia que seus pais corriam perigo e precisava voltar para salvá- los e conduzi- los de volta ao lar, o Reino da Esperança. Nisso ao olhar novamente a menina que estava a sua frente lentamente desaparecia. Assustada Mariana torna a ouvir o ancião:
- Menina, não perca tempo! Corra por aquela estrada! Vá! Lá encontrará uma pessoa que está a sua espera e irá lhe ajudar a capturar seus pais das garras de Bolor! Se não agir rápido ele irá matar em seus pais  toda a alegria e otimismo de viver! Ele já está conseguindo! Não vê, como andam desesperançados? Só você poderá trazer- lhes de volta ao nosso Reino.
Mariana então correu, como nunca correra em sua vida. Precisava salvar seus queridos pais. A estrada era longa e a menina tropeçava constantemente nas pedras pontiagudas que haviam no caminho. Caminhou por horas a fio até que avistou no final da estrada uma árvore imensa, com grandes galhos e uma grande abertura no tronco. Sentiu vontade de entrar naquela árvore, mas teve medo. O quê fazer? A estrada havia terminado. Lembrou-se de seus pais e do perigo que corriam e decidiu entrar... À medida que entrava, percebeu que a árvore era ainda maior do que havia imaginado, seguiu por um grande corredor em forma de caracol, que a levou à uma sala imensa, onde havia uma grande cadeira feita de ossos que estava no centro e de frente para um grande portal envolto por nuvens misteriosas. Nesse instante, a cadeira virou-se para seu lado e um mago vestindo uma túnica azul royal disse-lhe: - Ainda bem que você chegou Mariana. Precisamos nos apressar para trazer logo seus pais em segurança! Vamos menina! Siga-me! 


Mariana seguiu o mago por um labirinto, onde havia muitas fadas, duendes e seres mágicos diferentes, mas o mago avisou-a que não se distraísse com a magia do lugar, pois seus pais corriam perigo de vida. Eles haviam sido   sequestrados pelo fungo Bolor Fétidus, um fungo malvado que não aceitava no saber dos humanos, porque ele nunca teve alguém que o ensinou a ler e nem escrever, nasceu em meio ao caos de seu mundo, e resolveu seguir os mesmos passos dos seres sem luz, nunca pensou em buscar sabedoria para crescer e ser alguém melhor.
O fungo Bolor Fétidus sabendo que os pais de Mariana não sabiam dos seus potenciais, os trancou em uma cela do qual só se  abria respondendo a um enigma. O mago avisou à menina que ela teria que ser muito esperta e sábia para responder o mesmo. Mariana então  disse que tinha muita força de vontade para ir em busca da resposta, mesmo não sabendo muito  das coisas e que salvaria seus pais a todo custo.
Mariana e o mago seguiram juntos ainda por um longo caminho, até que se depararam com um lugar totalmente obscuro, com um cheiro insuportável e um ar pesado. Gollom estava na entrada desse lugar e, rindo, de forma irônica, disse: - Achei que não chegariam até aqui! Mas mesmo que aqui estejam, nada poderão fazer. Já estamos tomando conta de tudo, não veem? Se eu fosse você, menina, pouparia sua energia!
A garota gritou, resmungou, esbravejou, até que Gollom, em uma atitude de desdém, disse: - Ok, já que você faz tanta questão... para que não digam que não lhe dei nenhuma chance leia ,se é que sabe ler, o enigma que está naquela parede, se acertar a resposta as portas se abrirão, você poderá falar com Bolor e chegar até os seus pais, mas você terá apenas uma chance.
Mariana e o mago foram até a parede, onde um pequeno enigma questionava: "O que é, o que é? Quanto mais se usa, mais se têm. Quanto mais se têm, mais se usa". Mariana andou em círculos, coçou a cabeça... foi para lá e pra cá. Até que, em um sobressalto, gritou: JÁ SEI! O mago lhe aconselhou que tivesse calma, pois só tinha uma chance. Mariana, então, encheu os pulmões e gritou:
- Aquilo que quanto mais se usa, mais se têm e que quanto mais se têm, mais se usa é a SABEDORIA!!!
O mago ficou espantado e, junto com uma Mariana sorridente, viu as portas de Bolor abrindo vagarosamente. 
Os pais de Mariana apareceram abraçados rodeados por uma nuvem muito branca que os libertou da cela e os  levou para junto de sua filha querida. Todos abraçaram-se emocionados.
Uma das consequências de decifrar o enigma era a auto-destruição daquele local e a transformação dos que lá habitavam em letras do alfabeto, e assim aconteceu. Tudo começou a ruir e Mariana correu para tentar salvar Bolor Fétidus, mas o mesmo gritou que nunca aceitaria ser vencido  por uma menina e neste mesmo momento tudo desabou sobre o vilão, que se desintegrou em várias partes e pouco a pouco  se transformou em letras coloridas. Gollon também passou pelo mesmo processo, mas inacreditavelmente, ao mesmo tempo que desmanchava  gritava feliz: - Finalmente, finalmente estou livre! Livre para viver para todo o sempre em todos os lugares em que se possa ter algo escrito, algo para ler! – Obrigada pequena menina!  
Mariana foi puxada pelo seu amigo mago e os quatro saíram correndo pelo labirinto que se desintegrava rapidamente. Aos poucos os quatro conseguiram fugir daquele local e já reconheciam a estrada que levava para a casa da família de Mariana. As letras os seguiam voando alegres e coloridas. O poder da sabedoria foi tão forte que conseguiu libertar todos os que estavam à sua margem sobrevivendo do sofrimento. Eles agora eram livres para continuar sua função que é o de espalhar a sabedoria pelo mundo afora. 

 

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COMENTÁRIOS SOBRE OS TEXTOS “ A MAQUINARIA ESCOLAR” E (DES)ENCANTOS DA MODERNIDADE PEDAGÓGICA



    Segundo a leitura do texto  “A MAQUINARIA ESCOLAR”de Julia varela e Fernando Alvarez-Uria, pude perceber que a escola primária , como instituição obrigatória para as crianças das classes populares é relativamente recente. Como essa instituição nem sempre existiu torna-se necessário refletir sobre suas condições de existência ao longo da história. Essa instituição considerada como maquinaria de governo da infância foi sendo construída ao longo do tempo, obedecendo às instâncias das classes dominantes.
    Na época jesuítica a escola era a maneira de se colocar nas mentes os fundamentos cristãos e as manobras pensadas para um melhor domínio sobre os povos conquistados e sua submissão ao poder real.Quando se pensa na escola como instituição foi uma considerável mudança em seus parâmetros, considerada como maquinaria de transformação moral e obediência cristã à Igreja e ao Rei.
    A maquinaria escolar irá aos poucos tentar transformar o que chama de tábula rasa, ao referir-se aos alunos iniciantes, em um indivíduo ao sistema. Mas se ele não se encaixa a culpa é só dele que é inapto e isso é deixado bem claro quando se criou para esses alunos as escolas especiais.
    A institucionalização da escola se dá como uma forma de controlar, através da educação as mentes oriundas das classes populares com seus vícios e desejos de insubmissão. Com o objetivo  de “civilizar” as classes operárias tornando-as dóceis e submissas  a igreja, ao rei e ao sistema, colocando nesse processo  o nome de “ direito á educação” e que nada mais foi do que um conjunto de regras para melhor “domesticar” e o professor ,nesse processo é o detentor do conhecimento.

    Quando reflito sobre esses dois textos, penso que a escola é uma obra inacabada. Como instituição ainda não cumpriu seu papel na educação e como veículo de domínio das massas é ultrapassada.

A ALFABETIZAÇÃO COMO UM PROCESSO SOCIAL

    Aprender é um processo em que muitos aspectos estão envolvidos, muitos conhecimentos prévios são necessários para que o aprender seja concretizado e o educador precisa estar atento nesse processo que se inicia muito antes das crianças chegarem nas salas de aula.Hoje se sabe, graças as contribuições de Emília ferreiro e de Jean Piaget, que sa crianças tem um papel muito ativo na própria aprendizagem, na verdade elas constroem seu próprio conhecimento, mediado pelo meio e pelo professor. As crianças tem em si um grande potencial e quando esse potencial é aproveitado desde o berço, oferecendo para a criança acesso as leituras e lendo para elas, fácil lhes será o aprendizado. Sabemos que todas tem condições de aprender, mas nem todas tem as mesmas oportunidades para aprender. Por isso um ambiente rico, alfabetizador auxilia e muito esse processo com as crianças, principalmente aquelas oriundas de um ambiente onde não tiveram muito contato com materiais de leitura ou cujas famílias não mantem esse hábito.Hoje se sabe , graças as pesquisas de Emília Ferreiro que não se devem pensar em métodos, mas sim em como as crianças aprendem, como as crianças pensam a escrita e sobre a escrita, como as crianças interagem com esse objeto nas etapas do conhecimento 

.Segundo Emília Ferreiro, os níveis/fases da escrita são:


Nível Pré-Silábico- não se busca correspondência com o som; as hipóteses das crianças são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade de grafismo. A criança tenta nesse nível:· Diferenciar entre desenho e escrita.· Utilizar no mínimo duas ou três letras para poder escrever palavras.· Reproduzir os traços da escrita, de acordo com seu contato comas formas gráficas (imprensa ou cursiva), escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de escrita.
Percebe que é preciso variar os caracteres para obter palavras diferentes.

Nível Silábico- pode ser dividido entre Silábico e Silábico Alfabético:
*Silábico
-a criança compreende que as diferenças na representação escrita estão relacionadas com o “som” das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatória, usando apenas consoantes ou vogais ou letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras. 
*Silábico-Alfabético
 -convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas silábicas e alfabéticas e a criança pode escolher as letras, ou de forma ortográfica ou fonética.

Nível Alfabético- a criança agora entende que:

-A sílaba não pode ser considerada uma unidade e pode ser separada em unidades menores.
-A identificação do som não é garantia da identificação da letra, o que pode gerar as famosas dificuldades ortográficas.
-A escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras.
http://fernandalapenda.blogspot.com.br/2012/03/os-estudos-de-emilia-ferreiro-e-sua.html

PÓS-MODERNIDADE E INFÂNCIAS - Reflexões sobre o texto de Mariângela Momo

    Atualmente os professores vivem um desafio. O desafio de educar uma infãncia onde tudo é descartável até mesmo as relações familiares e sociais. As crianças hoje em dia, tem muita informação e todas lhes trazem um grande estímulo ao desejo do ter, do consumir. Isso tudo em detrimento do ser.Há algumas décadas atrás as crianças eram cuidadas por suas famílias, com numerosos irmãos e a autoridade era
legada ao pai, chefe da família. Hoje as famílias já não são tão numerosas, tem no máximo dois filhos e quem os cria na maioria das vezes são as escolas de Educação Infantil, mas essas crianças também estão muito expostas às mídias e às tecnologias, o que lhes traz muitas informações ao mesmo tempo. Antes as brincadeiras eram no fundo do quintal com os irmãos, hoje são os jogos individuais, as redes sociais e a novela que cria os padrões, dita as modas e quem não tem como consumir pode não se enquadrar ao sistema. uma infância pós- moderna sofre com o acúmulo de ofertas de bens. A tecnologia avançada faz com que tudo seja descartado em pouco tempo. É o novo jogo, o novo celular, as roupas da moda, o calçado da propaganda, as mochilas e materiais de determinados personagens famosos. Há um acesso muito grande aos bens de consumo e a moda é quem dita as regras para cada um se encaixar.





FREUD EXPLICA

    Segundo os textos de Freud, muitas neuroses podem ter início na infância e na maneira com foram tratados os primeiros gestos da criança na descoberta do próprio corpo e do prazer.A maneira como os adultos respondem as manifestações da sexualidade infantil pode ter graves consequências para o futuro da criança. Ao se tornar adulta pode manifestar neuroses que irão afetar suas relações afetivas.
    Percebo que muitos transtornos que sofrem os adultos podem ter sido originados na infância e em suas relações com as pessoas que lhe ensinavam. O desejo na infância está muito ligado ao prazer das descobertas e o estudante constrói um caminho para a aprendizagem que o faz chegar até o professor, que faz com que se identifique com seus mestres, esse caminho precisa ser permeado pelo fascínio, pelo afeto, pelo que o outro tem a lhe oferecer.

" QUE SÃO TRANSFERÊNCIAS? "

     Será que as relações construídas em sala de aula passam por outras relações construídas pelos sujeitos desde o seu nascimento? Freud esclarece que toda uma sequência de acontecimentos psíquicos pode ser reeditada numa outra relação. Será que os alunos trazem para a relação com o professor suas experiências primitivas na relação com os pais ou até mesmo com o meio social que viviam? Então os alunos podem projetar na relação com o professor toda uma gama de situações vividas com seus pais ou com um dos pais. Será que isso pode explicar as situações de violência trazidas para dentro da sala de aula e muitas vezes endereçada a pessoa do professor? Será que crianças que vivenciam em suas famílias podem deixar refletir essa violência em suas atitudes em aula? Sim e talvez por isso na atualidade esteja mais difícil para o professor desenvolver uma relação saudável com o aluno pois muitas crianças que chegam as escolas  , principalmente na escola pública, trazem uma história de vida triste, permeada por situações de violência doméstica, drogatição e vivências tramáticas, onde se percebe claramente sua reprodução dos padrões domésticos nas relações com os colegas e com o professor. Como uma criança oriunda de uma família que muitas vezes lhe dá exemplos de violência e desvalores irá construir uma relação de respeito e confiança com o professor? São desafios que o educador encontra na atualidade, pois desses laços construídos entre educador e educando resulta o sucesso na aprendizagem.

O PODER DO INCONSCIENTE

" Se fosse preciso concentrar numa palavra a descoberta freudiana essa palavra seria incontestavelmente inconsciente " 
                    SIGMUND FREUD
    A incrível descoberta de que eu funciono no mundo movida pelo meu mundo interno, mexeu muito comigo. E pergunto porque será? Será que já estou me analisando? Ou analisando minha forma de ver o mundo? segundo Freud, somos muito o inconsciente. Muito de nosso mundo interno aflora em nossas relações e em nossa forma de interagir no mundo.Sempre precisamos perceber e nos questionar porque tantas repetições de comportamentos, tantas resistências a abandonar locais de conforto da alma, tantas formas de agir e reagir que nos fazem sentir que somos um baú de surpresas até para nós mesmos, porque muitas vezes nos surpreendemos com as nossas reações diante dos acontecimentos cotidianos. Quantas vezes nos perguntamos: - por que eu reagi dessa ou daquela forma? Quantas vezes não conseguimos compreender porque temos medos bobos ou prevenções infantis? Todos esses questionamentos do nosso mundo íntimo podem ter resposta nos textos de Sigmund Freud.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ESCOLA

                                                                   




A                                                                                                                                                                


    A partir da institucionalização da escola quando os poderes públicos decretaram uma obrigatoriedade escolar e que foi sancionada pelas leis pertinentes, a infância , segundo meu entendimento, ganhou um espaço de crescimento e acolhimento. Pelo menos na teoria, porque até então quem estudava eram as elites e mais os meninos.Hoje, a escola é um espaço de constante reconstrução, pois é um espaço de pessoas e interações sociais. Não sei dizer o quanto a escola servia aos propósitos das elites mas sei que muitas vezes ao longo da história a educação serviu como maneira de controlar e doutrinar as mentes.Mas hoje eu percebo  a escola como um espaço rico de cidadania, de empoderamento. Mas é um potencial e muita luta há de vir para a construção do conhecimento.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

ESCOLA E MODERNIDADE

ADOREI A REFLEXÃO QUE FIZEMOS SOBRE A ESCOLA E SUA FORMA, SOBRE SUA HISTÓRIA E QUE COMO SE FORMOU AO LONGO DA HISTÓRIA. A MAQUINARIA ESCOLAR TRANSFORMANDO AOS POUCOS OS INDIVÍDUOS E SEUS MEIOS SOCIAIS. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ESCOLA COMO MEIO DE CONTROLAR ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO. E EU VENCENDO OBSTÁCULOS, CONQUISTANDO ESPAÇOS DENTRO DO PEAD.

domingo, 23 de agosto de 2015

REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DO WORKSHOP

                                ANGÚSTIAS, CONFLITOS E APRENDIZAGENS...

   Na construção do workshop de apresentação dos trabalhos percebi o quanto o medo pode nos atrapalhar...principalmente o medo de trabalhar com as ferramentas digitais ( meu caso ).Em nenhum momento temi pelos conteúdos ou reflexões que tivesse de reunir para apresentar meu trabalho. Temia unicamente por não saber utilizar as mídias a meu favor.Durante todo o semestre esse foi meu maior desafio.E acredito que essa angústia não seja só minha. Muito pelo contrário é o temor de muitas colegas. Sempre nos orgulhamos de ser alfabetizadoras, de ensinar a ler...e hoje eu me pergunto se eu fui realmente alfabetizada. Acredito que aprendi muito bem a interpretar e decifrar os códigos da escrita. mas aprender realmente a utilizar esses códigos para interpretar e manusear em meus momentos de puro desespero acho que não, pois não conseguia nem mesmo interpretar um manual de ajuda da internet ou os tutoriais de auxílio para as postagens que precisava realizar sobre as minhas aulas. Bom, até agora falei dos meus desafios e das angústias. 
   Agora vou falar sobre as vitórias. Para mim os conteúdos trabalhados nas interdisciplinas não eram necessariamente uma novidade, significavam sim, algo maravilhoso e que vinham somar ao que eu já sabia intuitivamente..Maravilhada, me vi tendo a oportunidade de rever os conceitos de grandes autores, que admiro muito, pude conhecer novos paradigmas dentro da educação mas que somavam ao meu lema como educadora. Nesse contexto, logo comecei a aplicar, junto a minha prática, as orientações recebidas nos textos e assim percebi que seria muito fácil para mim, falar sobre as aprendizagens do semestre, pois as vivenciei diariamente em minha prática. Desde o momento em que comecei a fazer as fotografias para a construção do retrato da minha escola, percebi que jamais voltaria a ter o mesmo olhar de antes sobre ela porque agora eu a via com olhos de pesquisadora. E isso faria toda a diferença em meu trabalho.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

REPENSANDO A ESCOLA

       
  Pensar a sociedade em que vivemos não nos faz melhores se não voltarmos nossos olhares para o passado, refletir sobre os costumes e ideias dos poderes que nos dominam desde quando éramos uma colônia e servíamos aos interesses da Metrópole que nos transformava em capital...somos ainda essa sociedade que serve às classes dominantes. O filme " Quanto Vale ou é por quilo?" nos faz perceber que o Brasil de hoje ainda explora e discrimina, pois vemos muitos seres humanos que ainda vivem à margem da sociedade que muitas vezes necessitam de ações que mais lembram "caridade" do que políticas que construam a real cidadania. Quando percebemos as estratégias políticas que muitas vezes sustentam a educação embasadas nessa necessidade de "se dar bem" a qualquer preço realmente vemos, o ser humano ainda escravo. A escola tem por dever transformar o ser humano através da sua liberdade de pensar, mas principalmente construir um homem digno, honesto e consciente de seu poder de transformação social. Realmente se sua liberdade não se faz em bases éticas o homem não é livre pois serve ao capital que o compra. Porém quais os caminhos para essa construção ética? Essa resposta precisa ser construída pela sociedade e penso que a melhor estrada é a educação que respeite as individualidades.
    Realmente, quando refletimos sobre a questão que o texto nos traz "de que forma uma escola com pensamentos e atitudes modernas pode se estabelecer dentro de uma sociedade pós- moderna?" assusta- nos a realidade que vemos dentro de nossas salas de aula. Quantas vezes pensei estar diante de uma realidade "jesuítica" e isso se reflete principalmente na posição do professor que não reavalia sua prática, não admite ser questionado em sua metodologia e acha que o que deu certo durante vinte dará certo para sempre. Quando vemos professores que somente mudam os cadernos e as datas em seus diários de classe passando atividades de um caderno para outro durante décadas...pergunto: Isso é planejamento? Não! É cópia! E assim vamos copiando geração após geração e ainda queremos que a escola tenha sucesso. Como a colega afirma é urgente que os educadores repensem os métodos, o currículo, as abordagens, porque no mínimo devemos refletir que os tempos mudaram, as mentes mudaram e que o sistema já não pode mais dominar, até porque a todo momento percebemos que indivíduos se rebelam contra o sistema. E também penso da mesma forma...o caminho vamos descobrindo...não há receitas prontas para a educação e nem pode haver pois ela não é uma coisa extática. As estradas precisamos construir mas para isso tem que se refletir, ser humilde, entender que somos aprendizes e que no espaço da escola deve haver espaço para o diálogo e a compreensão que deve mediar as relações sociais

MINHAS PRÁTICAS

   Estou em completa metamorfose...penso, penso, penso...revejo minhas práticas a luz dos novos conhecimentos. Posso afirmar que sempre fui uma professora preocupada com a aprendizagem dos meus alunos. Preocupo- me com os conteúdos trabalhados em classe e sua aplicabilidade no cotidiano. Posso dizer que ando me reciclando e ao mesmo tempo me questionando sobre nossos velhos paradigmas curriculares. A escola como comunidade que ensina precisa trazer a tona esses questionamentos entre seus sujeitos.O que ensino? Para quem ensino? Quem ensina aprende? Quem aprende ensina?

quinta-feira, 30 de abril de 2015

O LUGAR DA ESCOLA E SEU FAZER PEDAGÓGICO

                     UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL- UFRGS
                     ESCOLA CULTURA E SOCIEDADE
                     PROF. CARMEM  MACHADO / TUTORA: LUCIANE MACHADO
                     ALUNA: DÉBORA TEREZINHA DA SILVA

 O LUGAR DA ESCOLA NA COMUNIDADE E QUE ELEMENTOS DA CULTURA LOCAL CONTRIBUEM PARA O FAZER DA ESCOLA.

       Como professora atuante em uma escola pública e ao mesmo tempo estudante de Pedagogia ,refletir sobre o lugar da escola e seu fazer na atualidade, me faz mergulhar  em constantes questionamentos...minha prática corresponde ao que meu aluno precisa para se construir cidadão? O que ainda trago em mim dos modelos arcaicos de fazer pedagógico e que ajuda a perpetuar a exclusão e a relação de domínio e subordinação que caracterizam as relações de classes no mundo?
      O educador traz em si a capacidade de levar um sujeito a ser capaz de se construir como cidadão exercendo o poder de reconhecer seus direitos, cumprir com seus deveres éticos e sociais dentro da comunidade a qual pertence, respeitando seus valores e fazendo desses valores sua alavanca de construção. Quando um ser é destituído de seus elementos culturais ele se sujeita aos elementos que lhe são impostos e que não fazem parte do que lhe é familiar...ele passa a aprender que tudo aquilo que considerava sua riqueza não vale nada e então perde sua identidade...tenta assumir uma identidade que não lhe pertence e que o faz se sentir fora de seu porto seguro.
      A importância da escola se dá principalmente na formação do ser que se constói...é fundamental que a prática pedagógica proporcione ao aluno a sua formação integral como ser humano e social, pertencente a uma comunidade com suas características próprias que são fruto de sua cultura  e que não se devem permitir escravizar ou sujeitar- se a desigualdade e discriminação em uma sociedade excludente e que não leva em conta as questões multiculturais que  deveriam ser parte efetiva do currículo escolar.
     É interessante notar que nas salas de aula muitas vezes se repete um padrão sem pensar...quantas vezes os professores trabalham determinados conteúdos que julgam ser necessários sem se perguntarem para que serve ensinar isso ou aquilo...pensa- se que está educando mas está simplesmente passando conhecimentos que na maioria das vezes não fazem sentido no cotidiano de uma comunidade...não acrescenta e não edifica...mas enfraquece essa comunidade que se marginaliza e é silenciada ou assume padrões de comportamento inadequados e que os faz desistir de seus direitos. O currículo escolar pensado de forma multicultural dá voz às comunidades e faz da educação uma porta para a igualdade dentro da pluralidade.

domingo, 26 de abril de 2015

MINHAS MEMÓRIAS

                                                             Minhas Memórias
        Recordo que o magistério sempre foi a minha paixão! Mas por uma dessas contingências da vida, resolvi casar e abandonei o curso Normal aos 18 anos pouco antes de concluir o último ano...o casamento durou 11 anos e eu retornei ao curso, agora com duas filhas para criar. Tempos difíceis...mas, enfim, no ano de 1999, finalzinho do ano, já formada no Curso Magistério realizei concurso para a rede estadual e fui aprovada em 9º lugar. foi uma alegria imensa e como já atuava como professora desde a época do estágio, contratada por uma rede particular de ensino, sentí- me totalmente preparada para assumir meu cargo, agora como docente em escola pública. Iniciei minha trajetória de forma amena e agradável, pois atuava em uma escola do bairro Hamburgo Velho, em Novo Hamburgo  Esse bairro era composto por famílias de classe média e classe média alta, muitos descendentes de alemães que cultivavam suas raízes nascidas na colônia e dotadas da força de um povo culto e trabalhador. Nossos alunos não eram oriundos da periferia, mas sim de um bairro central, urbanizado e com acesso a muita cultura...não eram crianças afetadas pela desestrutura familiar, mas pelo contrário, descendiam de famílias tradicionais dos núcleos e colônias da imiigração alemã e nesse contexto o currículo e todas as situações de ensino passavam por uma metodologia tradicional, engessada...a avaliação não podia escapar da meritocracia e buscas por melhores notas...assim era cobrado desde o seio familiar até a sala de aula. Sentía- me confortável nesse processo pois era uma cópia de minhas experiências como aluna em escolas tradicionais dos anos 70. Após um período de 5 anos mudei- me para Canoas, no bairro Niterói e comecei a lecionar na escola onde  estou até hoje. Minha realidade mudou drasticamente e não só pela escola onde comecei a trabalhar mas porque movida pela necessidade de dobrar a carga horária aceitei assumir em regime de 20 horas semanais, a docência de uma classe de alfabetização, em uma escola em Esteio (cidade vizinha), que pertencia a uma vila muito pobre de periferia e carente de tudo. Mas foi nesse cenário que encontrei minha verdadeira vocação. Ao sair de minha zona de conforto encontrei minha identidade...
      Atuar na escola pública pode variar muito de contexto, dependendo da localização da comunidade escolar e da clientela inserida nessa comunidade vamos nos deparar com forças que dialogam e interferem muito no processo  de ensino e aprendizagem dos alunos a elas pertencentes e de seus docentes. Esse espaço traz a tona as mazelas sociais e as bagagens culturais...a desestruturação familiar...a drogadição...o desemprego e a violência e tantas outras situações dolorosas que acabamos enfrentando junto com nossos alunos e isso acaba nos forjando como educadores. Acabamos percebendo que criar nosso caminho em meio a esse caminhos já construídos é essencial para nossa prática. E eu criei meus caminhos, abri minhas estradas...e nunca mais pensei que ensinar pode ser medido, mas sim a busca por uma valorização da construção diária e constante de seus membros.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Meu perfil

Olá!
Seja bem- vindo ao meu blog!
Meu nome é Débora Terezinha.
Sou aluna da UFRGS no curso de Pedagogia PEAD 2014
Trabalho na E.E.E.F. João XXIII no bairro Niterói, em Canoas, atuando com o 5º ano do ensino fundamental, no turno da manhã e com o 1º ano do ensino fundamental, no turno da tarde, em regime de 40 horas semanais.