“Aquisição
da linguagem com base em estudos de Jean Piaget e Lev Vygotsky”
Após a
leitura dos textos e comparando as pesquisas dos dois teóricos, é possível
compreender que os dois pesquisadores enxergam a criança como indivíduos ativos
e participantes do processo da aquisição de sua aprendizagem, construindo e
desconstruindo operações mentais necessárias para elaborar suas hipóteses de
conhecimento. A criança agindo e interagindo em seus ambientes, com os adultos
ou com os colegas vai aos poucos compreendendo o jogo do aprender. Porém
percebe –se diferenças nas bases de suas pesquisas e como cada um pensa a aquisição
do conhecimento , o desenvolvimento da linguagem e a aprendizagem por parte das
crianças.
Para Piaget é importante considerar a
maturação biológica e cada estágio do desenvolvimento mental da criança,
enquanto para Vygotsky, o determinante é a interação social. Não que, para
Piaget, não seja importante a interação do indivíduo com os fatores externos,
porém isso só será relevante para a evolução intelectual do indivíduo e
aquisição da linguagem, se os fatores internos estiverem concomitantes com a
interação, respeitando- se seus estágios de desenvolvimento. Segundo Montoya:
Basicamente o desenvolvimento da fala interior depende de fatores
externos: o desenvolvimento da lógica na criança, como os estudos de Piaget
demonstram é uma função direta de sua fala socializada. O crescimento
intelectual da criança depende de seu domínio dos meios sociais do pensamento,
isto é, da linguagem. (Vygotsky, 1991 p.44, apud Montoya 2006, p.121)
O
autor então salienta, que há duas etapas nas pesquisas de Piaget, onde em uma
primeira fase, por assim dizer, admite o desenvolvimento da criança por um
´processo de socialização e sua evolução intelectual passa pela interação com o
meio. Posteriormente a essa primeira fase de suas pesquisas pode- se pensar que
Piaget centra suas teorias a partir de uma individualidade, com desenvolvimento
e maturação das estruturas mentais do indivíduo, reduzindo a importância da
interação social, colocando sua aprendizagem como um produto de esquemas
construídos pela criança, como assimilação, acomodação e processos de
equilibração, que caracterizam a evolução do pensamento infantil. A
aprendizagem para Piaget, prende-se mais a fatores individuais (endógenos) do
que a interação com os outros no meio social, que seriam necessárias, porém não
suficientes, já que essa construção intelectual depende das estruturas mentais
do indivíduo e das suas etapas.
Ao
organizar os seus estádios do desenvolvimento, Piaget coloca a aquisição do
conhecimento, pela criança, como uma construção, onde o papel do professor e da
escola é “desacomodar e desequilibrar” os esquemas construídos pelos alunos ao
longo de seus processos de crescimento intelectual e construção de hipóteses,
aliados aos processos de maturação de etapas, enquanto que, para Vygotsky, o
papel da escola deve ser o de intervenção na ZDP ( Zona de Desenvolvimento
Proximal), que é o conceito utilizado por ele para definir uma etapa, que significa
um espaço entre o que o aluno já domina e aquilo em que ainda não tem autonomia
para realizar, necessitando assim, da ajuda de um mediador para realizar. Esse
mediador pode ser o professor ou um colega que já tenha avançado em sua
aprendizagem.
REFERÊNCIAS;
MONTOYA,
Adrian Oscar Dongo. Pensamento e Linguagem: Percurso Piagetiano de
Investigação. Psicologia em Estudo, Maringá, v.11, n.1, p.119-127.jan/abr.
2006.
PPT:
A Concepção do Desenvolvimento de Lev S. Vygotsky e sua influência no Contexto
VÍDEO:
Pensamento e Linguagem
Disponível
em:
Acesso
em 07/06/18
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