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sexta-feira, 22 de junho de 2018

RESENHA DO TEXTO DE REGINA HARA

                        " ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS AINDA UM DESAFIO"

    Em seu texto, a autora discorre sobre o perfil e a aprendizagem dos alunos dos cursos de EJA à luz das teorias de Piaget, Paulo Freire, Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Ela nos apresenta alguns dos fatores que podem levar a não aprendizagem e consequente abandono escolar por parte de muitos alunos das escolas públicas (oriundos das classes populares). São esses alunos que mais sofrem a exclusão escolar, dadas as condições financeiras, sociais e culturais desses indivíduos.
    Hara salienta que, para Paulo Freire, o processo de aprendizagem é algo dinâmico e ativo, ou seja, não é uma coisa estagnada, estanque, é algo que sofre influência das relações interpessoais, do meio onde o sujeito atua e de suas percepções sobre esse meio, já que a escrita sofre todas as influências desse meio e é um produto dele, pois se constrói através da reflexão e da ação do sujeito em sua aprendizagem e não de uma simples repetição mecânica. Ela também explica, que autores como Emília Ferreiro e Ana Teberosky, além de Paulo Freire também colocam o homem como sujeito de sua aprendizagem e detentor de capacidades criativas que lhe possibilitam construir seu conhecimento, chegando à escola não como uma “caixa vazia”, onde os professores irão “depositar” conteúdos, mas sim seres com uma bagagem linguística e cultural. Baseando suas pesquisas e investigações nas Teorias Piagetianas, Emília Ferreiro e Ana Teberosky elucidam que a criança aprende em interação com o meio e com o mundo letrado que tem a sua volta. Elas percebem e interagem com todas as formas de escrita que lhe são apresentadas, através de símbolos e da Linguagem, produzindo seu conhecimento. É toda uma apropriação de conceitos que estão muito longe de ser unicamente um processo de memorização de símbolos. E em se tratando de adultos que aprendem, muito mais há que se considerar sobre o que ele “já sabe” e esse deve ser o seu ponto de partida, pois os alunos de EJA chegam as turmas escolares trazendo todo seu aprendizado de cultura e linguagem, que não deve ser ignorado na aprendizagem da escrita e muitos deles trazem hipóteses sobre a utilização dos caracteres linguísticos. Eles já tem suas hipóteses sobre o ato de ler e o que pode ser passível de leitura, além da percepção de que a escrita representa o que se fala, utilizando- se as letras para isso.
    A autora relata sobre o empenho dos alunos em procurar elaborar suas escritas e expressar seus pensamentos. Eles já estavam compreendendo que através desse processo iriam conquistando aos poucos sua autonomia e progresso como leitores, como produtores de histórias e principalmente como autores da própria história, se auto- avaliando, buscando se aperfeiçoar e superar suas limitações e que para isso contavam com professores parceiros, que compreendiam seus processos ajudando- os nessa trajetória.

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